Gosto de pessoas, de pequenos gestos e de afetos. Troco uma mão cheia de comodidades, pelas gargalhadas sonoras dos amigos, pelo abraço apertado quando nada bate certo. Sou pessoa de sítios, de cheiros, de instantes. Guardo-os do lado esquerdo do peito e mesmo à entrada da alma. Vou buscá-los sempre que preciso de cor, de me sentir viva, e que algures no espaço e num tempo fui inteiramente feliz. E o que é a felicidade se não isso? Instantes, fracções de tempo e espaço que por uma ou outra razão, com mais ou menos sentido, nos sentimos a transbordar para além de nós mesmos. Repito, gosto de pessoas. Gosto do cheiro daquela pele, do sabor da comida feita pelos meus pais, do calor da lareira da minha avó. Gosto de gostar das minhas pessoas.
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