Mudança de pele

"O meu ano acaba e começa em Setembro. E este Setembro não me quero precipitar, e eu a impulsiva de sempre precisa de tempo de construção, de reset, de preciso de reconhecer território, o meu, de saber por onde caminho, por onde quero caminhar, não esquecendo os caminhos que já tracei, as vezes que errei, preciso de aplicar alguma lógica a esta minha vida feita sobretudo de lógicas baseadas no irracional do sentir. Preciso de tempo de construção, sim eu, a impulsiva de sempre. E sei que não posso decidir em medo, nem em modo de defesa, mas também sei que não posso ser egoísta ao decidir com base na minha impuslvidade, em todo o meu capricho de viver, não posso, não o hei-de fazer, porque não me posso esquecer dos que me rodeiam, daqueles que dão substância ao meu ser, e não quero, não posso agir como se estivesse a lidar com algo que ao mínimo toque se partirá, a vida não é assim, eu não sou assim, eu não quebro ao mínimo toque mas sei que sei quebrar algo ao mínimo toque. Caminhar em segurança é algo que tenho de fazer mesmo que o meu senso de segurança não seja igual ao da maioria, mas é a minha segurança, a minha zona de conforto, o meu sentir, por isso o caminhar vai ser feito de mudanças, de decisões, tomadas em Setembro, porque com o cair das folhas, vem o cair da pele, enxugam-se as últimas lágrimas e reinventamo-nos para caminhar mais uma vez depois de cair..."

escrito pela Rapariga que matou o coração

Ps: podia ter sido eu a escrever mas não fui... acho que amanhã mesmo vou à FNAC comprar um Moleskine, daqueles que o ano começa em Setembro. Acabei de decidir que amanhã mudo de pele.