Confesso que o primeiro trimestre de gravidez não foi fácil para mim. Existiu sempre um misto de felicidade misturado com medo. Eu precisava muito da ecografia das 12 semanas e do rastreio bioquimico que me garantisse que estava tudo bem. Logo eu, que sou a rainha do otimismo! Embora já não exerça, sou enfermeira, assisti a partos, já vi muita coisa correr menos bem e li outras tantas sobre o assunto. Engravidar com 36 anos também não ajudou. O fantasma das trissomias e o seu crescimento exponencial a partir dos 35 anos era uma das minhas preocupações. E não me venham dizer para pensar positivo, que vai dar tudo certo, que estas coisas só acontecem aos outros, porque essa não é a verdade. E não, não me deixam mais descansada. Nestas coisas sou uma mulher de ciência e precisei de ver o bébé na ecografia as 12 semanas, de ouvir a exlicação do médico e de perceber que tudo conjugado dava uma garantia quase absouta de estar tudo bem. Às 12 semanas de gravidez respirei de alívio. Assumi que ia ser mãe e comecei a contar a toda a gente. Até ali a gravidez foi só para a família mais próxima.
Os enjoos, esses malditos também não ajudaram. Abençoado o santo Nausefe que durante 12 semanas foi a minha salvação. O problema foi o sono que já tinha associado ao sono provocado pelo medicamento. Tive dias de zombie autêntico ... Mas às 12 semanas os enjoos desapareceram e os dias ficaram mais fáceis. Fazer a ecografias das 12 semanas é fabuloso. Aperece o nosso bébé todo formado e senti pela primeira vez que existe alguém dentro de mim. Como é possível ter apenas 12 semanas e estar completamente formado? Esta foi para mim A Ecografia. Às 6 ou 7 semanas fiz uma para confirmar a evolução da gravidez e os batimentos cardiacos do bébé e não fiquei muito deslumbrada. O bébé parecia uma ameijoa a abrir e fechar. Bem sei que já era o meu filho, mas as imagens ainda não me convenciam. Chamem-me cética, prudente, descrente... só não queria criar falsas expectativas. E para desfrutar da minha gravidez de forma tranquila precisei dos felizmente avanços da medicina sob forma de ecografia, análises e médicos com olho clinico treinado. Ainda bem que existem e trazem segurança às nossas vidas.
2 comentários
Muitas felicidades! Gosto muito desta partilha sincera daquilo que é tão normal e ao mesmo tempo tão intimo. Por aqui também já a caminho dos 36 e com planos de engravidar brevemente. No post anterior quando dizes que antes de engravidar fizeste os exames necessários, posso perguntar exatamente que exames fizeste? Foste a alguma consulta pré-concepcional? Tomaste ácido fólico? Aguardo os próximos posts desta grande aventura! ;)
Antes de engravidar fui à ginecologista e fiz a habitual citologia (que faço todos os anos), fiz análises ao sangue (HIV, Hepatites, Rubéola, Toxoplasmose, incluidas) e fiz uma ecografia endovaginal. A médica achou que o útero estava normal e não havia razão nenhuma para não engravidar em 6 meses. Como já tinha mais de 35 anos, achou que se não estivesse grávida passados 6 meses, eu e o meu marido deviamos fazer exames para perceber se algum de nós tinha algum problema. Não valia a pena perder muito tempo e limitar as possibilidades. Felizmente não foi preciso e engravidámos rapidamente. Mas conheço algumas pessoas que passam alguns anos a tentar engravidar, os médicos dizem que é stress e afinal um dos elementos do casal tem um problema. Honestamente acho que a partir de uma certa idade só se deve esperar 1 ano de tentativas no máximo. A partir daí o melhor é mesmo pedir ajuda de um especialista.
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