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quarta-feira, 27 de junho de 2018

Quando a maternidade surge tarde (para os padrões da nossa sociedade) ...

Primeiro vem o curso, depois o casamento e logo a seguir os bébés. Não sei quem inventou a sequência, mas o facto é que ainda hoje é isto que a sociedade espera de nós e de preferência por esta ordem. Se aos 30 não estamos casados é porque existe algo de errado conosco. Se aos 35 não há casamento nem filhos, o caldo está entornado. Oiço e leio muitas vezes que esta geração  (no meu caso a dos nascidos nos anos 80) se preocupa demasiado com os estudos, com a carreira e com as viagens. Dizem que queremos chegar ao topo, que somos exigentes, que queremos uma boa casa, um bom carro, um bom ordenado, ter tempo para o ginásio, e conhecer o mundo. A família, essa, fica para depois. Discordo disto tudo. Desde os 30 que me lembro de ter vontade de ser mãe. Contudo, não acredito na maternidade como acto isolado. Para mim faz sentido no contexto de casal. Acho que um filho deve ter uma família com pai e mãe. Mas esta é apenas a minha visão. Tive vários namorados. Algumas vezes acreditei que podia ser para sempre, mas não foi. Decidi que ia continuar a viver a minha vida sozinha, sem nunca deixar de acreditar que existem amores que valem a pena.  É verdade que tirei o curso, que fiz o Mestrado, que fiz formações, que viajei q.b.  Vivi sozinha, vivi acompanhada. Acreditei no amor, chorei por desamor. Mas mantive-me fiel àquilo em que acreditava, viver bem comigo própria acima de tudo. Quando não pensava muito no assunto apaixonei-me por um colega de trabalho que já existia na minha vida há alguns anos, namorámos, casámos e vamos ser pais dentro de 5 semanas. No meu caso a maternidade chega aos 37 anos, não porque foi adiada em detrimento de uma carreira. Apenas e só porque a relação da qual este bébé vai nascer existe há 2 anos e meio. Ainda bem que há pessoas que começam uma relação duradoura, com base na amizade, e nos valores da família aos 20. Comigo aconteceu muito mais tarde e só aos 35 veio a certeza de avançar para o casamento, e aos 36 a decisão de avançar para a maternidade. Talvez precisasse de errar umas quantas vezes para ter a certeza suficiente de que vivo o dia de hoje plena de serenidade enquanto espero a chegada do Manuel às nossas vidas.
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