Do amor...

Estou a ler "Amor em tempos de Cólera" do Gabriel Garcia Marquez. Já me tinham dito que era uma das mais bonitas histórias de amor de todo o sempre. E eu mergulhei sem hesitar...

Tenho pensado no amor, no tal, no grande amor que todos vivem um dia. Ainda não vivi o meu. Já me apaixonei, já me senti a morrer de amor, já vivi dias muito felizes ao lado de uma ou outra pessoa. Mas ainda não vivi o grande amor. Porque esse eleva-nos acima de nós mesmos, acrescenta valor àquilo que somos. Não nos deixa vazios, perdidos, sem norte ou entregues à sorte. O verdadeiro amor enche-nos de luz. Está lá quando tudo parece perder o sentido. Cumpre sem ter sequer prometido. Dá um outro sentido à vida. O verdadeiro amor não nos deixa entregues ao desespero, porque cuida, está atento, vela por nós enquanto dormimos. O verdadeiro amor é uma espécie de anjo da guarda que está presente mesmo quando não se faz notar. O amor quando é verdadeiro muda tudo. Mas muda tudo para melhor. E quando o nosso mundo muda com angústia, com sobressaltos, com dúvidas constantes, sem certezas... é simples. Afinal não é o tal. É pura ilusão. É mais uma etapa que temos de ultrapassar até encontrar algo maior, que tudo suporta, tudo pode, tudo tranforma. E somos nós que temos de ter a coragem de não ficar pela ilusão, pelas migalhas que por vezes nos confortam e aquecem o coração. Somos nós que temos de exigir o amor pleno, de não ficar pela metade, pelas meias histórias, pelas palavras sem sentido. Às vezes temos de perder pessoas de quem gostamos muito, para conhecer a pessoa que vamos amar.